Aqui se deixa alguma informação menos comum. Não adiro nem deixo de aderir, partilho.
Antes de passar ao texto em si notem-se estas duas notícias:
1. Mahmoud Abdel Salam Omar ( referido mais abaixo)
título da notícia no Guardian:
"Former Bank of Alexandria chair accused of sexually abusing maid in luxury New York hotel"
http://www.guardian.co.uk/world/2011/may/31/egyptian-banker-arrested-sex-charges
2. Putin a alegar conspiração
título da notícia no DailyMail:
"Vladimir Putin claims Dominique Strauss-Kahn is the victim of a conspiracy to force him out"
www.dailymail.co.uk/news/article-1392463/Vladimir-Putin-claims-Dominique-Strauss-Khan-victim-conspiracy-force-out.html
3. e abaixo a relação de dados para reflexão
Fonte: http://carrelhaseye.blogspot.com/2011/07/dominique-strauss-kahn-e-conspiracao.html
"Na manhã de 14 Maio, o dia em que foi preso, Dominique Strauss-Kahn (DSK) tinha sido aconselhado pelos serviços secretos franceses (DGSE) a abandonar os EUA e regressar rapidamente à Europa, descartando-se do telemóvel para evitar que pudesse ser localizado. A delicadeza da informação secreta que lhe tinha sido entregue por agentes "d...elatores" da CIA justificava tal precaução.
Strauss-Kahn tinha viajado para os Estados Unidos para clarificar as razões que levavam os norte-americanos a protelar continuamente o pagamento devido ao FMI de quase 200 toneladas de ouro. A dívida, com pagamento acordado há vários anos, advém de ajustes no sistema monetário - "Special Drawing Rights" (SDR's).
As preocupações do FMI sobre o pagamento norte-americano ter-se-iam avolumado recentemente. Nesta viagem Strauss-Kahn estaria na posse de informação relevante que indiciava que o ouro em questão já não existe nos cofres fortes de Fort Knox nem no NY Federal Reserve Bank.
Mas Strauss-Kahn terá cometido um erro fatal: ligou para o hotel, já da plataforma de embarque, pedindo que o telefone lhe fosse enviado para Paris, o que permitiu aos serviços secretos americanos agir nos últimos minutos. O resto dos factos são do conhecimento público.
Já em prisão domiciliária, em Nova Iorque, DSK terá pedido ajuda ao seu amigo Mahmoud Abdel Salam Omar, um influente banqueiro egípcio. Era muito importante, para fundamento da defesa, que o egípcio lhe conseguisse obter a informação privilegiada sobre a "mentira" do ouro, que DSK tinha deixado "voar" em NY, para justificar a teoria da perseguição. No entanto a intervenção voluntariosa do banqueiro egípcio saiu gorada. Dias depois Salam Omar foi igualmente preso nos Estados Unidos, também ele acusado de assédio sexual a uma empregada de hotel. Relatórios de diferentes serviços secretos internacionais convergem na conclusão: os factos que motivaram a prisão do egípcio são altamente improváveis, Salam Omar é um muçulmano convicto e um homem com 74 anos de idade.
A inversão de sentido na história da suite do Sofitel de NY começava aqui a ganhar consistência e outros factos viriam ajudar.
Em Outubro de 2009, Pequim terá recebido dos EUA cerca de 60 toneladas de ouro, num pagamento devido pelos americanos aos chineses, como acerto de contas no balanço de comércio externo.
Com a entrega, Pequim testou a genuinidade do ouro recebido tendo concluido que se tratava de "ouro falso". Eram barras de tungsténio revestido a cobertura de ouro. As 5.700 barras falsas estavam devidamente identificadas com chancela e número de série indicando a origem - Fort Knox, USA.
O congressista Ron Paul, candidato às eleições presidenciais de 2012, solicitou no final do ano passado uma auditoria à veracidade das reservas do ouro federal que foi rejeitada pela administração Obama.
Numa entrevista recente, questionado sobre a possiblidade de ter desaparecido o ouro federal de fort Knox, o congressista Ron Paul gelou os interlocutores respondendo liminarmente: "É bem provável!"
À "boca fechada" têm vindo, aqui e ali, a escapar informações, a avolumar-se incertezas sobre as reservas de ouro norte-americanas. Mas as notícias referentes aos fortes indícios que de o ouro seja apenas virtual têm colhido uma tímida atenção na comunicação social americana.
A "verdadeira história" por detrás da prisão de DSK, agora pública, consta de um relatório secreto preparado pelos serviços de segurança russos (FSB) para o primeiro-ministro Vladimir Putin. Talvez por isso Putin tenha sido o primeiro lider mundial a assumir publicamente a ideia de que DSK terá sido "vítima de uma enorme conspiração americana".
Estes factos, a confirmarem-se, em nada ilibam DSK na suspeição que sobre si recai do eventual crime de assédio sexual a uma empregada do hotel mas, quem sabe, essa possa revelar-se como a pequena e ingénua ponta de um grande iceberg.
A ser verdade, os serviços secretos norte-americanos, seguramente bem informados, terão sabido tirar partido das fraquezas do inimigo-alvo, aniquilando-o com eficácia cirurgica - um pequeno crime de costumes, tão ao gosto do imaginário popular, pode bem ter contribuido para abafar crimes de contornos bem mais sérios, por eliminação de testemunha ou de prova.
Entretanto DSK prepara activamente a defesa em tribunal arregimentando já um verdadeiro "crack team" de ex-espiões da CIA, investigadores, detectives e media advisors. "
“History shows that the elite of ’selfish’ civilizations do not get stopped by human sacrifices if there is a guarantee they, themselves, will survive in bunkers. The analysis shows that if a new world war is waged, it will touch the majority of the world population. (...) all honest people on Earth (...) must do everything they can not to allow it to happen. (...) We have to stop their ambitious, greedy, shameless and sometime stupid politicians.” Konstantin Sivkov
sexta-feira, 8 de julho de 2011
quarta-feira, 6 de julho de 2011
America? Scary, very scary again! And again, and again!
US 'hate groups' bolstered by Obama's election
05 July 11 23:36 GMT
By Jonny Dymond
BBC News, USA
Did the election of Barack Obama as US president boost the growth of right-wing and so-called "hate groups"?A curious thing happens when you walk down the street in Spokane, Washington, first thing in the morning. Complete strangers look you in the eye, and say, with a little smile: "Good morning."
It is that kind of a town; if not close-knit, then, compared to some of the other towns and cities in America, human in scale and friendly to strangers.
Which makes the attempted bombing here of a civil rights march in January all the more difficult to comprehend.
The man alleged to have left a rucksack filled with explosives and shrapnel - covered in rat poison so as to stop blood clotting - is Kevin Harpham, an Army veteran with an interest in neo-Nazi groups.
The difficult truth for Spokane, for Washington State, for neighbouring Idaho and for all of the US, is that hate groups - anti-black, anti-Jew, neo-Nazi - are on the rise again.
And nearly everyone, including members of those groups, agrees that the election of Barack Obama has been a catalyst for the increase in support.
"I wouldn't say it surprises me," says Spokane's mayor Mary Verner, "though it is alarming to me".
"We are seeing a resurgence in hate groups because we are seeing democratic activity and empowered citizens who are not Anglo-Saxon Protestants."
There was the same sort of reaction from the local sheriff, Ozzie Knezovich, when he heard that a bomb had been left beside the route of the Martin Luther King Jr Day march.
"Surprised? No," he says. "We live in a different world now - hate seems to be a widespread phenomenon right now."
'Explosion' of groups
And there are ordinary citizens - and their children - who are at the receiving end of hate group activity in Washington and Idaho.
Rachel Dolezal, who teaches art and African-American studies, has been repeatedly harassed since word got out about what she taught.
Her homes - she has moved several times - have been broken into. Nooses have been left for her, and a swastika was left on the door of her workplace.
And she has acted to protect her son.
"I actually bought him a pair of earphones for the bus," she says, "because he hears the word 'nigger' every day.
"It seems things were kind of hush and sanitised and cleaned up, or something, and then Barack Obama just brought things to the surface that were already existent within people."
Hate groups and other groups on the far right - so-called Patriot groups which vow to resist the encroachments of the Federal government, and anti-immigrant nativist groups - are tracked by the Southern Poverty Law Centre (SPLC).
"In the fall (autumn) of 2008," says the director of the SPLC's Intelligence Project, Mark Potok, "we started to see an explosion in hate groups, but more generally in right-wing groups of general types."
Rise in requests
If Mark Potok wanted confirmation of his research, he could find it just across the border from Spokane, in the city of Coeur d'Alene, northern Idaho.
Sitting on his porch as the day fades into night is Jerald O'Brien, flanked by the flags of the Aryan Nations group and the Church of Jesus Christ-Christian.
Aryan Nations is a wildly anti-Jewish white separatist group. The faded plastic children's toys on the lawn seem more than a little incongruous.
Mr O'Brien insists he does not condone or encourage any acts of violence. He calls Jews "the children of Satan".
He accuses Barack Obama of being Jewish - he is not - and of not being a US citizen - he is. But he has cause to thank the president.
"The day after Barack Obama's election," he says, "my phone would not stop ringing. It was up to four or five a day asking for education and information."
Some will dismiss men such as Jerald O'Brien, and groups such as Aryan Nations, as "wackos" and "nut-jobs".
But Mark Potok is concerned.
"I think we are in a very similar period as we were in the run-up to the Oklahoma City bombing," he says, "as far as a bombing or an attack like that, whether that will come, we don't know.
"We are very close in numbers to the numbers we had at the very peak of the militia movement."
The trial of Kevin Harpham, accused of attempting to the bomb the Martin Luther King Jr Day march in Spokane, begins in August.
sexta-feira, 1 de julho de 2011
Uma outra versão do ídilico Mundo Global
Ou seja,
20% da população mundial detêm 83% do total da riqueza do planeta.
60% da população mundial detêm 5,6% da riqueza total do planeta.
Os 20% que faltam detêm 12% da riqueza...
E agora espere-se que a paz venha por milagre.
20% da população mundial detêm 83% do total da riqueza do planeta.
60% da população mundial detêm 5,6% da riqueza total do planeta.
Os 20% que faltam detêm 12% da riqueza...
E agora espere-se que a paz venha por milagre.
terça-feira, 28 de junho de 2011
Scary, very scary...
fonte: http://www.rollingstone.com/politics/news/michele-bachmanns-holy-war-20110622
"Bachmann says she believes in a limited state, but she was educated in an extremist Christian tradition that rejects the entire notion of a separate, secular legal authority and views earthly law as an instrument for interpreting biblical values. As a legislator, she not only worked to impose a ban on gay marriage, she also endorsed a report that proposed banning anyone who "espoused or supported Shariah law" from immigrating to the U.S. (Bachmann seems so unduly obsessed with Shariah law that, after listening to her frequent pronouncements on the subject, one begins to wonder if her crazed antipathy isn't born of professional jealousy.)"
"Bachmann says she believes in a limited state, but she was educated in an extremist Christian tradition that rejects the entire notion of a separate, secular legal authority and views earthly law as an instrument for interpreting biblical values. As a legislator, she not only worked to impose a ban on gay marriage, she also endorsed a report that proposed banning anyone who "espoused or supported Shariah law" from immigrating to the U.S. (Bachmann seems so unduly obsessed with Shariah law that, after listening to her frequent pronouncements on the subject, one begins to wonder if her crazed antipathy isn't born of professional jealousy.)"
quinta-feira, 9 de junho de 2011
E Coli, evolução ou engenharia?
“E COLI” ?!
“A Escherichia coli (...) é a mais comum e uma das mais antigas bactérias simbiontes do homem (...) O seu habitat natural é o lúmen intestinal dos seres humanos e de outros animais de sangue quente. (...) A E.coli pode ser resistente a um número crescente de antibióticos, mas uma estirpe raramente é-o a mais de dois ou três fármacos.”
(Wikipedia – http://pt.wikipedia.org/wiki/Escherichia_coli)
Repete-se, raramente é resistente a mais de dois ou três fármacos.
No entanto, pormenores mais abaixo, esta estirpe agora identificada tem esta novidade:
(The Guardian, 05/06/2011, http://www.guardian.co.uk/commentisfree/2011/jun/05/deadly-ecoli-resistance-antibiotic-misuse )
Ou seja, é uma bactéria até agora em relação simbiótica com os humanos ( ler camaradagem), inclusive no que toca a flatulência, na qual tem quota parte!
Com riscos para a saúde nalgumas circunstâncias ( quem viaje para países fora da Europa é avisado para ter cuidado com os vegetais, saladas mal lavadas etc, por este motivo) mas sempre sob controlo.
O que temos perante nós é uma estirpe radicalmente diferente.
“Helge Karch, the director of the RKI's EHEC consulting laboratory at the Münster University Hospital in western Germany, has devoted almost his entire life as a researcher to EHEC bacteria. "But I've never encountered something like this," he says.” ( Reuters, 31/05/2011 http://www.spiegel.de/international/germany/0,1518,765777,00.html )
PRIMEIRA MORTE
“Resistant to Antibiotics”
“The health ministry in the northwestern German state of Lower Saxony announced on Tuesday that an 83-year-old woman had died after being infected with E. coli. She was admitted to hospital with bloody diarrhea on May 15 and died on Saturday, the ministry said. Health authorities confirmed that tests had confirmed the woman was infected with the E. coli pathogen.”
(Spiegel Online, 25/05/2011,http://piegel.de/international/germany/0,1518,764656,00.html)
A ACUSAÇÃO A ESPANHA
“The cucumbers, believed to have been imported from Spain and contaminated with E.coli, left people ill with hemolytic-uremic syndrome (HUS).”
(BBC, 28/05/2011, http://www.bbc.co.uk/news/world-europe-13587182 )
Já considerada uma hipótese que resultou apenas em perda de tempo.
Acrescentava-se algum preconceito na coisa, como se pode ler pelo seguinte excerto:
“Moroccan guest workers work long hours in greenhouses for starvation wages -- and under questionable hygienic conditions. Weren't the Spanish suppliers the obvious culprits in the outbreak?”
(Spiegel Online, 31/05/2011, http://www.spiegel.de/international/germany/0,1518,765777-3,00.html )
Claro, os desgraçados dos marroquinos não lavam as mãos depois de obrar e dá nisto. Vá lá terem-se safo de uma acusação de terrorismo islâmico e não se riam porque há teorias para tudo.
Ver neste link com o título sugestivo de “German E-Coli Outbreak Bio-Engineered by al-Qaeda? “
http://bluestarchronicles.com/2011/06/08/german-e-coli-outbreak-bio-engineered-by-al-qaeda/ )
Como nota, abaixo a distribuição de casos ( qualquer idiota percebe logo que são vegetais de Espanha, certo?):
AFINAL ERA MAIS PERTO - Bienenbüttel
“Earlier on Wednesday, German authorities had said there were growing indications that bean sprouts delivered by an organic farm in Bienenbüttel first identified as a possible source on Sunday may indeed be a cause of the outbreak.
Health officials found two fresh clues that point to the farm near the town of Uelzen in northern Germany, the regional Consumer Protection Ministry of Lower Saxony said.”
( Spiegel, 08/07/2011,http://www.spiegel.de/international/germany/0,1518,767434,00.html)
A escassos 200 quilómetros de Berlim.
Entretanto a dita quinta já emitiu um comunicado ( podem ver o original no site da empresa mas está em alemão... http://www.gaertnerhof.org/ ) :
“We, the Gärtnerhof Bienenbüttel are shocked and concerned by the news of 05.06 that part of our goods have been contaminated by EHEC pathogens. Following the announcement by the authorities, we immediately informed all customers and recalled the product.
We have run the shoot production for 25 years and have always been able to deliver perfect goods. In January 2011, we had sampled routinely on E. coli; the results were negative. In the second half of May, we tested on the basis of the current situation also different shoots. The laboratory results were also negative for E.coli (EHEC-free). Further steps depend on the analysis results from 06.06.”
(http://crofsblogs.typepad.com/h5n1/2011/06/the-bienenb%C3%BCttel-statement.html)
( foto do site da quinta, ameaçadoras hein?!)
... MAS... quer dizer então que as análises da segunda quinzena de Maio deram negativo quanto à presença da E Coli?
ESTIRPE IDENTIFICADA
Título: “German E. coli outbreak caused by previously unknown strain”
“The bacteria are relatively unusual in that they produce extended-spectrum β-lactamases — enzymes that render the bacteria resistant to many different antibiotics. (…) In addition to the antibiotic-resistance genes, the bacteria contain a gene for resistance to the mineral tellurite (tellurium dioxide).”
(Revista Nature, 02/06/2011,http://www.nature.com/news/2011/110602/full/news.2011.345.html)
Nos “Comments” podemos ler esta nota:
“According to WHO, the strain of enterohaemorrhagic Escherichia coli (EHEC) O104:H4 isolated from cases in the EHEC infection outbreak in Germany is a rare one, seen in humans before but never in an EHEC outbreak. This has been confirmed by the WHO Collaborating Centre for Reference and Research on Escherichia and Klebsiella, the Statens Serum Institut in Denmark. Therefore, we can assume that the "super-bug-never-seen-before" here reported is in fact an E.coli strain, serotype O104:H4.”
No entanto, parece estar já identificada como uma nova estirpe, geneticamente falando é diferente.
“The United States and Japan have had similar deadly outbreaks linked to sprouts while it was a Chinese laboratory that used DNA sequencing technology to identify this E.coli outbreak as a new and "highly infectious and toxic" strain.”
(Agência Reuters 08/06/2011, http://www.reuters.com/article/2011/06/08/us-ecoli-idUSTRE7511UX20110608)
Para pormenores ler aqui: http://www.guardian.co.uk/commentisfree/2011/jun/05/deadly-ecoli-resistance-antibiotic-misuse .
Uma linhagem nova, altamente infecciosa e tóxica.
Agora... como é que uma bactéria dá um salto evolutivo desta ordem?
Das duas uma.
A E Coli o fez por si própria resultando num facto assombroso – de um momento para o outro qualquer destas ameaças microscópicas a pode imitar e a espécie humana desaparece num piscar de olhos ( relembra-se que a E Coli se tornou imune a todos os antibióticos que temos).
Ou a E Coli teve ajuda. Entenda-se intervenção humana.
Teorias da conspiração
Porquê Espanha?
“In January this year, we brought you news of US diplomatic concerns over the EU’s reluctance to accept genetically modified organisms (GMO), courtesy of Wikileaks. After that, the story went quiet.
Today, however, comes a reminder that most of the decisions that affect our lives are made by grey men behind closed doors, in secret and with no accountability. A switched-on Spanish Member of the European Parliament (MEP), Mr Raül Romeva i Rueda, asked the following written question: “According to a report published in El Pais on 19 December 2010, cables published by Wikileaks show that Spain asked the United States to put pressure on Brussels to support GMOs…the US and Spanish governments [agreed] to support GMOs and…sided with Monsanto against positions adopted by the Commission…the Spanish Secretary of State for Rural Affairs and Water, Josep Puxeu, asked the US Government to maintain pressure on Brussels to keep the option of agricultural biotechnology open to Member States and asked the US Government to join forces with Spain on this initiative…According to one of the Washington cables…Spain was intending to vote in favour of importing three varieties of transgenic corn at an EU meeting…although it warned that the proposals were unlikely to be approved by the EU.
“[1] What is the Commission's opinion of this Wikileaks cable? [2] Is it true that Spain asked the United States to put pressure on Brussels to support GMOs? [3] If so, does the Commission view it as a matter of concern that the Spanish Government should have placed the interests of biotechnology companies such as Monsanto before Spain's environmental, social and agricultural interests? [4] Does the Commission intend to take any action in response to this matter? [5] Does the Commission intend to change its position on GMOs?”
(http://www.anhinternational.org/news/european-commission-sets-new-standards-%E2%80%93-hypocrisy)
Demonstrando a fragilidade dos vegetais normais – como, por ex, uma hecatombe económica provocada por uma contaminação da E Coli - não seria extraordinário que os GMOs ( genetically modified organisms) surgissem como invulneráveis a tal problema ?
Um empurrãozinho dado neste sentido terá feito um extraordinário efeito na opinião pública espanhola ( e na mundial), não?
Mais pormenores?
“In the first instance, the US Ambassador to France, unhappy with European Union (EU) reluctance to adopt genetically modified organisms (GMOs), urged the US government to “reinforce our negotiating position with the EU on agricultural biotechnology by publishing a retaliation list”. Moreover, this list should “cause some pain across the EU since this is a collective responsibility.” The cable bemoans the French government acting in the “common interest” (contained in scornful quotation marks in the cable itself) and avoiding “science-based decisions”. Showing just how closely the US government is allied with the pro-GMO lobby, the cable states “the pro-biotech side in France – including within the farm union – have told us retaliation is the only way to begin to turn this issue in France”. The Ambassador wrings his hands over France’s leading role in the EU’s consideration of GMOs, believing that the French “are in the vanguard of European public opinion in turning back GMO’s”. He derides the precautionary principle and clearly believes that only “science-based decision-making” should hold any sway in the argument over agricultural biotechnology.”
( http://www.anh-europe.org/news/government-and-pharma-interference-revealed-by-wikileaks )
Porquê os Vegetais?
Bem, para além do comércio dos alimento geneticamente modificados per si ser um argumento (“ In 1998, the area planted to transgenic crops worldwide, excluding China was 27.8 M hectares. It is estimated that in 1999, the area planted to transgenic crops could reach up to 44 million hectares or more.” http://www.allvoices.com/contributed-news/7956708-wikileaks-leaked-state-department-cable-reveals-vatican-philippine-church-concerns-over-economically-exploitative-potentials-of-genetically-modifie ), parece que os vegetais são mesmo o último reduto de um estilo de vida saudável e não utilizável na manipulação de massas. Acresce o potencial físico químico que dispensa os produtos da abastada mas faminta indústria farmacêutica – uma pequena amostra neste artigo http://blog.antinovaordemmundial.com/2009/07/anti-virais-naturais-contra-a-gripe-suina/ .
Curiosamente, ou nem por isso, está em curso a tentativa de proibir da Europa a utilização de medicamentos à base de plantas... http://www.defensemedecinenaturelle.eu/
sexta-feira, 20 de maio de 2011
Ernst Junger "O Passo da Floresta" (1951), Edições Cotovia ( 1995)
"A situação do animal doméstico arrasta atrás de si a do animal de abate"
"Se todas as instituições se tornam duvidosas ou mesmo suspeitas e mesmo nas Igrejas, por exemplo, já não se pedir publicamente pelos perseguidos mas pelos perseguidores, então a responsabilidade ética transita para o indivíduo”
“Quem escapou às catástrofes, sabe que, no fundo, o deve à ajuda de homens simples, sobre os quais não tiveram poder o ódio, o horror, o automatismo dos lugares comuns”
“A autoridade só poderá vir daqueles para quem o conhecimento da medida humana originária continua a ser preservado e que não são forçados a renunciar à acção humana por nenhum poder, por maior que ele seja."
"Se todas as instituições se tornam duvidosas ou mesmo suspeitas e mesmo nas Igrejas, por exemplo, já não se pedir publicamente pelos perseguidos mas pelos perseguidores, então a responsabilidade ética transita para o indivíduo”
“Quem escapou às catástrofes, sabe que, no fundo, o deve à ajuda de homens simples, sobre os quais não tiveram poder o ódio, o horror, o automatismo dos lugares comuns”
“A autoridade só poderá vir daqueles para quem o conhecimento da medida humana originária continua a ser preservado e que não são forçados a renunciar à acção humana por nenhum poder, por maior que ele seja."
Da honestidade intelectual ( De Miguel Esteves Cardoso na Revista Sábado, 13Set2007)
É de 2007 mas divulgável na mesma pela sua extraordinária e rara honestidade intelectual.
"REPORTAGEM, UMA AVENTURA DENTRO DO COMUNISMO REAL.
O MEC FOI À FESTA DO AVANTE!
REPORTAGEM, Uma aventura dentro do comunismo real.
“””””””
E teve medo, muito medo. Às constantes tentativas de intimidação por parte dos inimigos comunistas, o repórter assumidamente reaccionário respondeu com a sua polaróide e registou todas as adversidades. Entre uma e outra conversas mais azeda, ainda teve tempo para comer bem e beber melhor.
Artigo de Miguel Esteves Cardoso.
“Dizem-se muitas mentiras acerca da Festa do Avante! Estas são as mais populares: que é irrelevante; que é um anacronismo; que é decadente; que é um grande negócio disfarçado de festa; que já perdeu o conteúdo político; que hoje é só comes e bebes.
Já é a Segunda vez que lá vou e posso garantir que não é nada dessas coisas e que não só é escusado como perigoso fingir que é. Porque a verdade verdadinha é que a Festa do Avante faz um bocadinho de medo.
O que se segue não é tanto uma crónica sobre essa festa como a reportagem de um preconceito acerca dela - um preconceito gigantesco que envolve a grande maioria dos portugueses. Ou pelo menos a mim.
Porque é que a Festa do Avante faz medo?
É muita gente; muita alegria; muita convicção; muito propósito comum. Pode não ser de bom-tom dizê-lo, mas o choque inicial é sempre o mesmo: chiça!, Afinal os comunistas são mais que as mães. E bem dispostos. Porquê tão bem dispostos? O que é que eles sabem que eu ainda não sei?
É sempre desconfortável estar rodeado por pessoas com ideias contrárias às nossas. Mas quando a multidão é gigante e a ideia é contrária é só uma só – então, muito francamente, é aterrador.
Até por uma questão de respeito, o Partido Comunista Português merece que se tenha medo dele. Tratá-lo como uma relíquia engraçada do século XX é uma desconsideração e um perigo. Mal por mal, mais vale acreditar que comem criancinhas ao pequeno-almoço.
BEM SEI QUE A condescendência é uma arma e que fica bem elogiar os comunistas como fiéis aos princípios e tocantemente inamovíveis, coitadinhos.
É esta a maneira mais fácil de fingir que não existem e de esperar, com toda a estupidez, que, se os ignoramos, acabarão por se ir embora.
As festas do Avante, por muito que custe aos anticomunistas reconhecê-lo, são magníficas.
É espantoso ver o que se alcança com um bocadinho de colaboração. Não só no sentido verdadeiro, de trabalhar com os outros, como no nobre, que é trabalhar de graça.
A condescendência leva-nos a alvitrar que “assim também eu” e que as festas dos outros partidos também seriam boas caso estivessem um ano inteiro a prepará-las. Está bem, está: nem assim iam lá. Porque não basta trabalhar: também é preciso querer mudar o mundo. E querer só por si, não chega. É preciso ter a certeza que se vai mudá-lo.
Em vez de usar, para explicar tudo, o velho chavão da “ capacidade de organização” do velho PCP, temos é que perguntar porque é que se dão ao trabalho de se organizarem.
Porque os comunistas não se limitam a acreditar que a história lhes dará razão: acreditam que são a razão da própria história. É por isso que não podem parar; que aguentam todas as derrotas e todos os revezes; que são dotados de uma avassaladora e paradoxalmente energética paciência; porque acreditam que são a última barreira entre a civilização e a selvajaria. E talvez sejam. Basta completar a frase "Se não fossem os comunistas, hoje não haveria..." e compreende-se que, para eles, são muitas as conquistas meramente "burguesas " que lhe devemos, como o direito à greve e à liberdade de expressão.
É por isso que não se sentem “derrotados”. O desaparecimento da URSS, por exemplo, pode ter sido chato mas, na amplitude do panorama marxista-leninista, foi apenas um contratempo. Mas não é só por isso que a Festa do Avante faz medo. Também porque é convincente. Os comunas não só sabem divertir-se como são mestres, como nunca vi, do à-vontade. Todos fazem o que lhes apetece, sem complexos nem receios de qualquer espécie. Até o show off é mínimo e saudável.
Toda a gente se trata da mesma maneira, sem falsas distâncias nem proximidades. Ninguém procura controlar, convencer ou impressionar ninguém. As palavras são ditas conforme saem e as discussões são espontâneas e animadas. É muito refrescante esta honestidade. É bom (mas raro) uma pessoa sentir-se à vontade em público. Na Festa do Avante é automático.
Dava-nos jeito que se vestissem todos da mesma maneira e dissessem e fizessem as mesmas coisas - paciência. Dava-nos jeito que estivessem eufóricos; tragicamente iluminados pela inevitabilidade do comunismo - mas não estão. Estão é fartos do capitalismo - e um bocadinho zangados.
Não há psicologias de multidões para ninguém: são mais que muitos, mas cada um está na sua. Isto é muito importante. Ninguém ali está a ser levado ou foi trazido ou está só por estar. Nada é forçado. Não há chamarizes nem compulsões. Vale tudo até o aborrecimento. Ou seja: é o contrário do que se pensa quando se pensa num comício ou numa festa obrigatória. Muito menos comunista.
Sabe bem passear no meio de tanta rebeldia. Sabe bem ficar confuso. Todos os portugueses haviam de ir de cinco em cinco anos a uma Festa do Avante, só para enxotar estereótipos e baralhar ideias. Convinha-nos pensar que as comunas eram um rebanho mas a parecença é mais com um jardim zoológico inteiro. Ali uma zebra; em frente um leão e um flamingo; aqui ao lado uma manada de guardas a dormir na relva.
QUANDO SE CHEGA à Festa o que mais impressiona é a falta de paranóia. Ninguém está ansioso, a começar pelos seguranças que nos deixam passar só com um sorriso, sem nos vasculhar as malas ou apalpar as ancas. Em matéria de livre de trânsito, é como voltar aos anos 60.
Só essa ausência de suspeita vale o preço do bilhete. Nos tempos que correm, vale ouro. Há milhares de pessoas a entrar e a sair mas não há bichas. A circulação é perfeitamente sanguínea. É muito bom quando não desconfiamos de nós.
Mesmo assim tenho de confessar, como reaccionário que sou, que me passou pela cabeça que a razão de tanta preocupação talvez fosse a probabilidade de todos os potenciais bombistas já estarem lá dentro, nos pavilhões internacionais, a beber copos uns com os outros e a divertirem-se.
A Festa do Avante é sempre maior do que se pensa. Está muito bem arrumada ao ponto de permitir deambulações e descobertas alegres. Ao admirar a grandiosidade das avenidas e dos quarteirões de restaurantes, representando o país inteiro e os PALOP, é difícil não pensar numa versão democrática da Exposição do Mundo Português, expurgada de pompa e de artifício. E de salazarismo, claro.
Assim se chega a outro preconceito conveniente. Dava-nos jeito que a festa do PCP fosse partidária, sectária e ideologicamente estrangeirada. Na verdade, não podia ser mais portuguesa e saudavelmente nacionalista.
O desaparecimento da União Soviética foi, deste ponto de vista, particularmente infeliz por ter eliminado a potência cujas ordens eram cegamente obedecidas pelo PCP.
Sem a orientação e o financiamento de Moscovo, o PCP deveria ter também fenecido e finado. Mas não: ei-lo. Grande chatice.
Quer se queira quer não (eu não queria), sente-se na Festa do Avante! Que está ali uma reserva ecológica de Portugal. Se por acaso falharem os modelos vigentes, poderemos ir buscar as sementes e os enxertos para começar tudo o que é Portugal outra vez.
A teimosia comunista é culturalmente valiosa porque é a nossa própria cultura que é teimosa. A diferença às modas e às tendências dos comunistas não é uma atitude: é um dos resultados daquela persistência dos nossos hábitos. Não é uma defesa ideológica: é uma prática que reforça e eterniza só por ser praticada. (Fiquemos por aqui que já estou a escrever à comunista).
A Exposição do Mundo português era “para inglês ver”, mas a Festa do Avante! Em muitos aspectos importantes, parece mesmo inglesa. Para mais, inglesa no sentido irreal. As bichas, direitinhas e céleres, não podiam ser menos portuguesas. Nem tão-pouco a maneira como cada pessoa limpa a mesa antes de se levantar, deixando-a impecável.
As brigadas de limpeza por sua vez, estão sempre a passar, recolhendo e substituindo os sacos do lixo. Para uma festa daquele tamanho, com tanta gente a divertir-se, a sujidade é quase nenhuma. É maravilhoso ver o resultado de tanto civismo individual e de tanta competência administrativa. Raios os partam.
Se a Festa do Avante dá uma pequena ideia de como seria Portugal se mandassem os comunistas, confessemos que não seria nada mau. A coisa está tão bem organizada que não se vê. Passa-se o mesmo com os seguranças - atentos mas invisíveis e deslizantes, sem interromper nem intimidar uma mosca.
O preconceito anticomunista dá-os como disciplinados e regimentados – se calhar, estamos a confundi-los com a Mocidade portuguesa. Não são nada disso. A Festa funciona para que eles não tenham de funcionar. Ao contrário de tantos festivais apolíticos, não há pressa; a ansiedade da diversão; o cumprimento de rotinas obrigatórias; a preocupação com a aparência. Há até, sem se sentir ameaçado por tudo o que se passa à volta, um saudável tédio, de piquenique depois de uma barrigada, à espera da ocupação do sono.
Quando se fala na capacidade de “mobilização” do PCP pretende-se criar a impressão de que os militantes são autómatos que acorrem a cada toque de sineta. Como falsa noção, é até das mais tranquilizadoras. Para os partidos menos mobilizadores, diante do fiasco das suas festas, consola pensar que os comunistas foram submetidos a uma lavagem ao cérebro.
Nem vale a pena indagar acerca da marca do champô.
Enquanto os outros partidos puxam dos bolsos para oferecer concertos de borla, a que assistem apenas familiares e transeuntes, a Festa do avante enche-se de entusiásticos pagadores de bilhetes.
E porquê? Porque é a festa de todos eles. Eles não só querem lá estar como gostam de lá estar. Não há a distinção entre “nós” dirigentes e “eles” militantes, que impera nos outros partidos. Há um tu-cá-tu-lá quase de festa de finalistas.
É UM ALÍVIO A FALTA de entusiasmo fabricado – e, num sentido geral de esforço. Não há consensos propostos ou unanimidades às quais aderir. Uns queixam-se de que já não é o que era e que dantes era melhor; outros que nunca foi tão bom.
É claro que nada disto será novidade para quem lá vai. Parece óbvio. Mas para quem gosta de dar uma sacudidela aos preconceitos anticomunista é um exercício de higiene mental.
Por muito que custe dize-lo, o preconceito - base, dos mais ligeiros snobismos e sectarismos ao mais feroz racismo, anda sempre à volta da noção de que “eles não são como nós”. É muito conveniente esta separação. Ma é tão ténue que basta uma pequena aproximação para perceber, de repente, que “afinal eles são como nós”
Uma vez passada a tristeza pelo desaparecimento da justificação da nossa superioridade (e a vergonha por ter sido tão simples), sente-se de novo respeito pela cabeça de cada um.
Espero que não se ofendam os sportinguistas e comunistas quando eu disser que estar na Festa do Avante! Foi como assistir à festa de rua quando o Sporting ganhou o campeonato. Até aí eu tinha a ideia, como sábio benfiquista, que os sportinguistas eram uma minúscula agremiação de queques em que um dos requisitos fundamentais era não gostar muito de futebol.
Quando vi as multidões de sportinguistas a festejar – de todas as classes, cores e qualidades de camisolas -, fiquei tão espantado que ainda levei uns minutos a ficar profundamente deprimido.
POR OUTRO LADO, quando se vê que os comunistas não fazem o favor de corresponder à conveniência instantaneamente arrumável das nossas expectativas – nem o PCP é o IKEA -, a primeira reacção é de canseira. Como quem diz:”Que chatice – não só não são iguais ao que eu pensava como são todos diferentes. Vou ter de avaliá-los um a um. Estou tramado. Nunca mais saiu daqui.”
Nem tão pouco há a consolação ilusória do pick and choose.
...É uma sólida tradição dizer que temos de aprender com os comunistas... Infelizmente é impossível. Ser-se comunista é uma coisa inteira e não se pode estar a partir aos bocados. A força dos comunistas não é o sonho nem a saudade: é o dia-a dia; é o trabalho; é o ir fazendo; e resistindo, nas festas como nas lutas.
Hás uma frase do Jerónimo de Sousa no comício de encerramento que diz tudo. A propósito de Cuba (que não está a atravessar um período particularmente feliz), diz que “resistir já é vencer”.
É verdade – sobretudo se dermos a devida importância ao “já”. Aquele “já” é o contrário da pressa, mas é também “agora”.
Na Festa do Avante! Não se vêem comunistas desiludidos ou frustrados. Nem tão pouco delirantemente esperançosos. A verdade é que se sente a consciência de que as coisas, por muito más que estejam, poderiam estar piores. Se não fossem os comunistas: eles.
Há um contentamento que é próprio dos resistentes. Dos que existem apesar de a maioria os considerar ultrapassados, anacrónicos, extintos. Há um prazer na teimosia; em ser como se é. Para mais, a embirração dos comunistas, comparada com as dos outros partidos, é clássica e imbatível: a pobreza. De Portugal e de metade do mundo, num Portugal e num mundo onde uns poucos têm muito mais do que alguma vez poderiam precisar.
NA FESTA DO AVANTE! Sente-se a satisfação de chatear. O PCP chateia. Os sindicatos chateiam. A dimensão e o êxito da Festa chateiam. Põem em causa as desculpas correntes da apatia. Do ensimesmamento online, do relativismo ou niilismo ideológico. Chatear é uma forma especialmente eficaz de resistir. Pode ser miudinho – mas, sendo constante, faz a diferença.
Resistir é já vencer. A Festa do Avante é uma vitória anualmente renovada e ampliada dessa resistência. ... Verdade se diga, já não é sem dificuldade que resisto. Quando se despe um preconceito, o que é que se veste em vez dele? Resta-me apenas a independência de espírito para exprimir a única reacção inteligente a mais uma Festa do Avante: dar os parabéns a quem a fez e mais outros a quem lá esteve. Isto é, no caso pouco provável de não serem as mesmíssimas pessoas.
Parabéns! E, para mais, pouquíssimo contrariado.”(E só com um bocadinho de nada com medo).
SÁBADO dia 13 de Setembro de 2007
O MEC FOI À FESTA DO AVANTE!
REPORTAGEM, Uma aventura dentro do comunismo real.
“””””””
E teve medo, muito medo. Às constantes tentativas de intimidação por parte dos inimigos comunistas, o repórter assumidamente reaccionário respondeu com a sua polaróide e registou todas as adversidades. Entre uma e outra conversas mais azeda, ainda teve tempo para comer bem e beber melhor.
Artigo de Miguel Esteves Cardoso.
“Dizem-se muitas mentiras acerca da Festa do Avante! Estas são as mais populares: que é irrelevante; que é um anacronismo; que é decadente; que é um grande negócio disfarçado de festa; que já perdeu o conteúdo político; que hoje é só comes e bebes.
Já é a Segunda vez que lá vou e posso garantir que não é nada dessas coisas e que não só é escusado como perigoso fingir que é. Porque a verdade verdadinha é que a Festa do Avante faz um bocadinho de medo.
O que se segue não é tanto uma crónica sobre essa festa como a reportagem de um preconceito acerca dela - um preconceito gigantesco que envolve a grande maioria dos portugueses. Ou pelo menos a mim.
Porque é que a Festa do Avante faz medo?
É muita gente; muita alegria; muita convicção; muito propósito comum. Pode não ser de bom-tom dizê-lo, mas o choque inicial é sempre o mesmo: chiça!, Afinal os comunistas são mais que as mães. E bem dispostos. Porquê tão bem dispostos? O que é que eles sabem que eu ainda não sei?
É sempre desconfortável estar rodeado por pessoas com ideias contrárias às nossas. Mas quando a multidão é gigante e a ideia é contrária é só uma só – então, muito francamente, é aterrador.
Até por uma questão de respeito, o Partido Comunista Português merece que se tenha medo dele. Tratá-lo como uma relíquia engraçada do século XX é uma desconsideração e um perigo. Mal por mal, mais vale acreditar que comem criancinhas ao pequeno-almoço.
BEM SEI QUE A condescendência é uma arma e que fica bem elogiar os comunistas como fiéis aos princípios e tocantemente inamovíveis, coitadinhos.
É esta a maneira mais fácil de fingir que não existem e de esperar, com toda a estupidez, que, se os ignoramos, acabarão por se ir embora.
As festas do Avante, por muito que custe aos anticomunistas reconhecê-lo, são magníficas.
É espantoso ver o que se alcança com um bocadinho de colaboração. Não só no sentido verdadeiro, de trabalhar com os outros, como no nobre, que é trabalhar de graça.
A condescendência leva-nos a alvitrar que “assim também eu” e que as festas dos outros partidos também seriam boas caso estivessem um ano inteiro a prepará-las. Está bem, está: nem assim iam lá. Porque não basta trabalhar: também é preciso querer mudar o mundo. E querer só por si, não chega. É preciso ter a certeza que se vai mudá-lo.
Em vez de usar, para explicar tudo, o velho chavão da “ capacidade de organização” do velho PCP, temos é que perguntar porque é que se dão ao trabalho de se organizarem.
Porque os comunistas não se limitam a acreditar que a história lhes dará razão: acreditam que são a razão da própria história. É por isso que não podem parar; que aguentam todas as derrotas e todos os revezes; que são dotados de uma avassaladora e paradoxalmente energética paciência; porque acreditam que são a última barreira entre a civilização e a selvajaria. E talvez sejam. Basta completar a frase "Se não fossem os comunistas, hoje não haveria..." e compreende-se que, para eles, são muitas as conquistas meramente "burguesas " que lhe devemos, como o direito à greve e à liberdade de expressão.
É por isso que não se sentem “derrotados”. O desaparecimento da URSS, por exemplo, pode ter sido chato mas, na amplitude do panorama marxista-leninista, foi apenas um contratempo. Mas não é só por isso que a Festa do Avante faz medo. Também porque é convincente. Os comunas não só sabem divertir-se como são mestres, como nunca vi, do à-vontade. Todos fazem o que lhes apetece, sem complexos nem receios de qualquer espécie. Até o show off é mínimo e saudável.
Toda a gente se trata da mesma maneira, sem falsas distâncias nem proximidades. Ninguém procura controlar, convencer ou impressionar ninguém. As palavras são ditas conforme saem e as discussões são espontâneas e animadas. É muito refrescante esta honestidade. É bom (mas raro) uma pessoa sentir-se à vontade em público. Na Festa do Avante é automático.
Dava-nos jeito que se vestissem todos da mesma maneira e dissessem e fizessem as mesmas coisas - paciência. Dava-nos jeito que estivessem eufóricos; tragicamente iluminados pela inevitabilidade do comunismo - mas não estão. Estão é fartos do capitalismo - e um bocadinho zangados.
Não há psicologias de multidões para ninguém: são mais que muitos, mas cada um está na sua. Isto é muito importante. Ninguém ali está a ser levado ou foi trazido ou está só por estar. Nada é forçado. Não há chamarizes nem compulsões. Vale tudo até o aborrecimento. Ou seja: é o contrário do que se pensa quando se pensa num comício ou numa festa obrigatória. Muito menos comunista.
Sabe bem passear no meio de tanta rebeldia. Sabe bem ficar confuso. Todos os portugueses haviam de ir de cinco em cinco anos a uma Festa do Avante, só para enxotar estereótipos e baralhar ideias. Convinha-nos pensar que as comunas eram um rebanho mas a parecença é mais com um jardim zoológico inteiro. Ali uma zebra; em frente um leão e um flamingo; aqui ao lado uma manada de guardas a dormir na relva.
QUANDO SE CHEGA à Festa o que mais impressiona é a falta de paranóia. Ninguém está ansioso, a começar pelos seguranças que nos deixam passar só com um sorriso, sem nos vasculhar as malas ou apalpar as ancas. Em matéria de livre de trânsito, é como voltar aos anos 60.
Só essa ausência de suspeita vale o preço do bilhete. Nos tempos que correm, vale ouro. Há milhares de pessoas a entrar e a sair mas não há bichas. A circulação é perfeitamente sanguínea. É muito bom quando não desconfiamos de nós.
Mesmo assim tenho de confessar, como reaccionário que sou, que me passou pela cabeça que a razão de tanta preocupação talvez fosse a probabilidade de todos os potenciais bombistas já estarem lá dentro, nos pavilhões internacionais, a beber copos uns com os outros e a divertirem-se.
A Festa do Avante é sempre maior do que se pensa. Está muito bem arrumada ao ponto de permitir deambulações e descobertas alegres. Ao admirar a grandiosidade das avenidas e dos quarteirões de restaurantes, representando o país inteiro e os PALOP, é difícil não pensar numa versão democrática da Exposição do Mundo Português, expurgada de pompa e de artifício. E de salazarismo, claro.
Assim se chega a outro preconceito conveniente. Dava-nos jeito que a festa do PCP fosse partidária, sectária e ideologicamente estrangeirada. Na verdade, não podia ser mais portuguesa e saudavelmente nacionalista.
O desaparecimento da União Soviética foi, deste ponto de vista, particularmente infeliz por ter eliminado a potência cujas ordens eram cegamente obedecidas pelo PCP.
Sem a orientação e o financiamento de Moscovo, o PCP deveria ter também fenecido e finado. Mas não: ei-lo. Grande chatice.
Quer se queira quer não (eu não queria), sente-se na Festa do Avante! Que está ali uma reserva ecológica de Portugal. Se por acaso falharem os modelos vigentes, poderemos ir buscar as sementes e os enxertos para começar tudo o que é Portugal outra vez.
A teimosia comunista é culturalmente valiosa porque é a nossa própria cultura que é teimosa. A diferença às modas e às tendências dos comunistas não é uma atitude: é um dos resultados daquela persistência dos nossos hábitos. Não é uma defesa ideológica: é uma prática que reforça e eterniza só por ser praticada. (Fiquemos por aqui que já estou a escrever à comunista).
A Exposição do Mundo português era “para inglês ver”, mas a Festa do Avante! Em muitos aspectos importantes, parece mesmo inglesa. Para mais, inglesa no sentido irreal. As bichas, direitinhas e céleres, não podiam ser menos portuguesas. Nem tão-pouco a maneira como cada pessoa limpa a mesa antes de se levantar, deixando-a impecável.
As brigadas de limpeza por sua vez, estão sempre a passar, recolhendo e substituindo os sacos do lixo. Para uma festa daquele tamanho, com tanta gente a divertir-se, a sujidade é quase nenhuma. É maravilhoso ver o resultado de tanto civismo individual e de tanta competência administrativa. Raios os partam.
Se a Festa do Avante dá uma pequena ideia de como seria Portugal se mandassem os comunistas, confessemos que não seria nada mau. A coisa está tão bem organizada que não se vê. Passa-se o mesmo com os seguranças - atentos mas invisíveis e deslizantes, sem interromper nem intimidar uma mosca.
O preconceito anticomunista dá-os como disciplinados e regimentados – se calhar, estamos a confundi-los com a Mocidade portuguesa. Não são nada disso. A Festa funciona para que eles não tenham de funcionar. Ao contrário de tantos festivais apolíticos, não há pressa; a ansiedade da diversão; o cumprimento de rotinas obrigatórias; a preocupação com a aparência. Há até, sem se sentir ameaçado por tudo o que se passa à volta, um saudável tédio, de piquenique depois de uma barrigada, à espera da ocupação do sono.
Quando se fala na capacidade de “mobilização” do PCP pretende-se criar a impressão de que os militantes são autómatos que acorrem a cada toque de sineta. Como falsa noção, é até das mais tranquilizadoras. Para os partidos menos mobilizadores, diante do fiasco das suas festas, consola pensar que os comunistas foram submetidos a uma lavagem ao cérebro.
Nem vale a pena indagar acerca da marca do champô.
Enquanto os outros partidos puxam dos bolsos para oferecer concertos de borla, a que assistem apenas familiares e transeuntes, a Festa do avante enche-se de entusiásticos pagadores de bilhetes.
E porquê? Porque é a festa de todos eles. Eles não só querem lá estar como gostam de lá estar. Não há a distinção entre “nós” dirigentes e “eles” militantes, que impera nos outros partidos. Há um tu-cá-tu-lá quase de festa de finalistas.
É UM ALÍVIO A FALTA de entusiasmo fabricado – e, num sentido geral de esforço. Não há consensos propostos ou unanimidades às quais aderir. Uns queixam-se de que já não é o que era e que dantes era melhor; outros que nunca foi tão bom.
É claro que nada disto será novidade para quem lá vai. Parece óbvio. Mas para quem gosta de dar uma sacudidela aos preconceitos anticomunista é um exercício de higiene mental.
Por muito que custe dize-lo, o preconceito - base, dos mais ligeiros snobismos e sectarismos ao mais feroz racismo, anda sempre à volta da noção de que “eles não são como nós”. É muito conveniente esta separação. Ma é tão ténue que basta uma pequena aproximação para perceber, de repente, que “afinal eles são como nós”
Uma vez passada a tristeza pelo desaparecimento da justificação da nossa superioridade (e a vergonha por ter sido tão simples), sente-se de novo respeito pela cabeça de cada um.
Espero que não se ofendam os sportinguistas e comunistas quando eu disser que estar na Festa do Avante! Foi como assistir à festa de rua quando o Sporting ganhou o campeonato. Até aí eu tinha a ideia, como sábio benfiquista, que os sportinguistas eram uma minúscula agremiação de queques em que um dos requisitos fundamentais era não gostar muito de futebol.
Quando vi as multidões de sportinguistas a festejar – de todas as classes, cores e qualidades de camisolas -, fiquei tão espantado que ainda levei uns minutos a ficar profundamente deprimido.
POR OUTRO LADO, quando se vê que os comunistas não fazem o favor de corresponder à conveniência instantaneamente arrumável das nossas expectativas – nem o PCP é o IKEA -, a primeira reacção é de canseira. Como quem diz:”Que chatice – não só não são iguais ao que eu pensava como são todos diferentes. Vou ter de avaliá-los um a um. Estou tramado. Nunca mais saiu daqui.”
Nem tão pouco há a consolação ilusória do pick and choose.
...É uma sólida tradição dizer que temos de aprender com os comunistas... Infelizmente é impossível. Ser-se comunista é uma coisa inteira e não se pode estar a partir aos bocados. A força dos comunistas não é o sonho nem a saudade: é o dia-a dia; é o trabalho; é o ir fazendo; e resistindo, nas festas como nas lutas.
Hás uma frase do Jerónimo de Sousa no comício de encerramento que diz tudo. A propósito de Cuba (que não está a atravessar um período particularmente feliz), diz que “resistir já é vencer”.
É verdade – sobretudo se dermos a devida importância ao “já”. Aquele “já” é o contrário da pressa, mas é também “agora”.
Na Festa do Avante! Não se vêem comunistas desiludidos ou frustrados. Nem tão pouco delirantemente esperançosos. A verdade é que se sente a consciência de que as coisas, por muito más que estejam, poderiam estar piores. Se não fossem os comunistas: eles.
Há um contentamento que é próprio dos resistentes. Dos que existem apesar de a maioria os considerar ultrapassados, anacrónicos, extintos. Há um prazer na teimosia; em ser como se é. Para mais, a embirração dos comunistas, comparada com as dos outros partidos, é clássica e imbatível: a pobreza. De Portugal e de metade do mundo, num Portugal e num mundo onde uns poucos têm muito mais do que alguma vez poderiam precisar.
NA FESTA DO AVANTE! Sente-se a satisfação de chatear. O PCP chateia. Os sindicatos chateiam. A dimensão e o êxito da Festa chateiam. Põem em causa as desculpas correntes da apatia. Do ensimesmamento online, do relativismo ou niilismo ideológico. Chatear é uma forma especialmente eficaz de resistir. Pode ser miudinho – mas, sendo constante, faz a diferença.
Resistir é já vencer. A Festa do Avante é uma vitória anualmente renovada e ampliada dessa resistência. ... Verdade se diga, já não é sem dificuldade que resisto. Quando se despe um preconceito, o que é que se veste em vez dele? Resta-me apenas a independência de espírito para exprimir a única reacção inteligente a mais uma Festa do Avante: dar os parabéns a quem a fez e mais outros a quem lá esteve. Isto é, no caso pouco provável de não serem as mesmíssimas pessoas.
Parabéns! E, para mais, pouquíssimo contrariado.”(E só com um bocadinho de nada com medo).
SÁBADO dia 13 de Setembro de 2007
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Strauss-Kahn I - "o estado do Dólar" ou "nem entre eles escapam"
Ainda assim, nem entre eles se gramam, se não veja-se bem a coincidência:
FONTE: http://www.ordenbonaria.net/teocrator/index.php/noticias-othermenu-12/ultimas-noticias/1-ultimas-noticias/1523-en-primicia-este-es-el-verdadero-motivo-de-la-detencion-de-strauss-kahn
"(...) Qué hacía Strauss-Kahn en Nueva York, si la sede del FMI está en Washington?
Es una pregunta que hasta el momento nadie se ha interesado en responder, porque se desconocen los planes y las reuniones secretas entre la Reserva Federal de Nueva York y el director del FMI para el reciclaje de la deuda de Estados Unidos, que ayer alcanzó su techo de 14,3 billones de dólares.
El tratamiento especial que debería tener esta deuda, de acuerdo al diseño de DSK, obligaba a Estados Unidos a desplegar un alto esfuerzo y desprenderse de su rol hegemónico en el sistema financiero internacional.
Dominique Strauss-Kahn fue la primera autoridad de una institución con sede en Washington en plantear que el dólar no cumplía como divisa mundial, y encabezó los intentos por diluir su hegemonía, como lo hizo al plantear la necesidad de una divisa mundial no perteneciente a ningún país y recuperar el rol y el sentido del bancor.
Strauss-Kahn tenía claro que el dólar es el problema que dificulta la recuperación económica mundial, y que es una divisa en vías de la extinción producto del excesivo endeudamiento de la primera economía del planeta.
Recordemos que la deuda pública de Estados Unidos comenzó a tener un vertiginoso ascenso en los años 80 (como muestra la gráfica), y que pese a su ralentización en los años 90, aumentó dramáticamente de 5,7 billones de dólares en enero de 2001 a 10,7 billones de dólares a finales de 2008 (casi el doble), y a 14,3 billones de dólares en abril de 2011, cuando la deuda pública alcanzó el 98 por ciento del PIB del país.
Los 3,6 billones de dólares añadidos a la deuda nacional de Estados Unidos desde fines de 2008, es más del doble del valor de mercado de toda la fabricación del sector privado en el año 2009 (1,56 billón dólares), más de tres veces el valor de mercado de los gastos en profesionales, científicos y servicios técnicos de ese año (1,1 billón de dólares), y casi cinco veces el monto gastado en bienes no duraderos (722 mil millones dólares). Sólo los intereses pagados sobre la deuda federal en los primeros seis meses del último ejercicio (octubre 2010-abril 2011), llegan a 245 mil millones dólares, cifra que equivale a más del 40 por ciento del valor total de mercado de todo el gasto del sector privado de la construcción en 2009 (578.000 millones de dólares).
A esta pesadilla de una deuda descontrolada, Estados Unidos agrega la de ser el mayor consumidor de petróleo del mundo, y con el crudo a un valor de 95 dólares el barril, su gasto se eleva a 600.000 millones de dólares anuales que sólo puede sostener cancelando con los dólares que imprime. De ahí la importancia estratégica de los petrodólares, pues si se acaban, la bancarrota para Estados Unidos llegará mucho antes. Parte de estos tópicos los analizamos en El origen del caos financiero y del desempleo global, y Del desorden financiero a la quiebra de Estados Unidos.
Strauss-Kahn trabajó en la desmonetización selectiva del dólar de Estados Unidos y su objetivo buscaba hacer del dólar una moneda para uso interno en Estados Unidos, dejado la nueva moneda de reserva a un tipo de cambio muy favorable para el dolar interno, pero gravando a los tenedores externos de dólares. De esta forma se depreciarían las deudas en dólares, favoreciendo las deudas en dólares de los ciudadanos y las corporaciones estadounidenses. La inflación derivada de esto ayudaría a enmascarar la amortización de la deuda, y el tiempo haría el resto.
El costo para Estados Unidos sería el “compartir” la hegemonía monetaria con otras divisas.
Desde diciembre de 2009, Strauss-Kahn hizo públicas sus iniciativas de dinero nuevo. Para abril de 2010 tenía desarrollados los DEG por valor de 100.000 millones de dólares, una propuesta que, sin embargo, era rechazada por los países con superávit como China e India, y los países petroleros. El empeoramiento de los países de la periferia europea a partir de mayo del año pasado, obligó a Strauss-Kahn a abandonar el tema en forma pública hasta la cumbre de Davos de este año.
Se piensa que el plan estaba listo para ser presentado durante este mes, aprovechando el nuevo rescate a Grecia.
Pero todo esto ya es parte del pasado. Su detención no sólo hunde la idea de la desdolarización del mundo, sino que también apunta a la desacreditación total del FMI, justo en los momentos en que comenzaba a gozar de amplio reconocimiento en virtud a sus nuevas políticas, como lo ejemplifica este artículo de Joseph Stiglitz: El viraje a tiempo del FMI, o cuando el mismo Strauss-Kahn expresó que “Las políticas liberales de los últimos 30 años merecen una revisión”.
La detención de Strauss-Kahn es muy similar a la que afectó al Gobernador y Fiscal de Nueva York Eliot Spitzer, que cayó en una trampa de prostitución en marzo de 2008, tras procesar a varias empresas de Wall Street que realizaban fraudes en la bolsa de valores, inflaban artificialmente los precios o se coludían en prácticas depredadoras. Y así como la detención de Spitzer no pudo evitar el colapso financiero que se inició a las pocas semanas (con la quiebra de Bearn Stearn), la detención de Strauss-Kahn no podrá evitar la inminente quiebra del actual sistema financiero y de las economías que de él dependen. "
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