Fonte: http://www.geocritica.com.br/Arquivos%20ZIP/EUROPA%20em%202050.zip
"A Europa alargada de 2050 será ainda mais heterogênea que a atual. Ela não mais será basicamente anglo-saxônica, germânica e latina, mas sim em grande parte africana, eslava e turca. Ela não mais será predominantemente cristã e sim em grande parte islâmica. E a liderança da França respaldada pela Alemanha será contrabalançada por um maior poderio do Leste Europeu, da Turquia e, caso entre na UE, da Rússia, acompanhando o deslocamento do eixo econômico (e demográfico) do continente do oeste para leste.
O grande desafio da Europa será compatibilizar essas diferenças culturais. Ela será uma espécie de laboratório do resto do mundo, da necessidade de se construir uma democracia global multiétnica e multicivilizacional. É a região do globo onde há com maior intensidade a tensão entre uma visão ocidental e cristã e uma outra islâmica. É a região onde nasceram as idéias democráticas modernas com seus valores ou princípios – os direitos humanos com sua concepção de indivíduo ou cidadão independentemente da família, estamento ou casta, a liberdade de opinião e de imprensa, a separação entre religião e vida pública, a igualdade de todos perante a lei sem levar em conta o gênero, a orientação sexual, a idade, a religião ou a cor da pele, etc. –, que neste novo século estão sendo colocados em xeque pela convivência no mesmo espaço político de culturas bastante diferentes. Esse é o grande dilema da Europa, hoje e mais ainda em 2050. "
José William Vesentini, 21/9/08
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